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As mudanças no ambiente empresarial e no comportamento humano nas últimas duas décadas, bem como as crises econômicas pelas quais passamos, desde 2008, causaram, e ainda causam, forte impacto nas organizações da área da saúde. Por essa razão, o estabelecimento de uma relação profissional entre custos e plano de negócios torna-se fundamental para a obtenção de informações sobre a viabilidade de um projeto em análise e para o oferecimento de uma base para o empreendedor e os investidores realizarem o processo de tomada de decisão.

A integração destes conhecimentos é aplicável e imprescindível em uma organização, sobretudo em momentos de crise, em que recursos financeiros tem uma tendência de escassez e, ainda, quando há uma aversão ao risco por parte dos investidores. Em um ambiente com crescente competitividade e que sofre com o impacto da crise financeira mundial, sob o ponto de vista dos investimentos, questões relacionadas a custos e à implantação de novos negócios recebem cada vez mais importância, tanto no meio acadêmico como no empresarial. A necessidade de planejar para gerenciar os custos e buscar respostas precisas para os problemas das empresas contribuiu para o desenvolvimento do plano de negócios.

Na área da saúde, destacam-se os movimentos de fusões e aquisições na última década, bem como a crescente gestão com uma orientação profissional. Em tempos de crise, com recursos escassos, a gestão de custos, a elaboração de planos de negócios e a análise de investimentos revelam um campo de interesse para o desenvolvimento de estudos. O órgão regulador desta área é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), vinculada ao Ministério da Saúde, responsável pelo mercado de planos de saúde no Brasil que, em 2017, chegou a cerca de 47 milhões de beneficiários de Planos de Assistência Médica.

Nesta perspectiva, a IBM Global Business Services desenvolveu um relatório no qual expressa, de maneira clara, algumas recomendações. A IBM pede que:

  1. Os prestadores de serviços de saúde expandam seu atual foco no tratamento de cada caso.
  2. Os consumidores assumam responsabilidade pessoal por sua saúde.
  3. Os pagadores e os planos de saúde ajudem os consumidores a permanecer saudáveis e a obter mais benefícios dos sistemas de saúde.
  4. Os fornecedores trabalhem em colaboração com organizações prestadoras de serviços de saúde, médicos e pacientes para gerar serviços que melhorem os resultados.
  5. As sociedades tomem decisões realistas e racionais sobre expectativas e estilos de vida.
  6. Os governos encarem a falta de sustentabilidade do sistema atual com a liderança e a força de vontade política necessárias para remover obstáculos, encorajar a inovação e levar suas nações a soluções sustentáveis”.

Os empreendedores e investidores devem tomar decisões avaliando as tendências em sua área de atuação, mas que também atendam os seus interesses, sobretudo o de gerar lucros crescentes e de forma sustentada. Logo, novos conhecimentos podem ser agregados ao processo de gestão, como o gerenciamento dos custos das organizações de saúde e a avaliação das oportunidades de investimento através de metodologias, como é o caso do plano de negócios.

Para a Endeavor, um Plano de Negócios bem estruturado tem por objetivo ajudar o empreendedor a planejar e focar suas ideias; a tomar as ações pensadas para sua empresa, ao mesmo tempo em que é uma ferramenta de acompanhamento; e definir metas e gerenciamento de riscos.

Qualquer negócio apresenta riscos que não podem ser precisamente calculados ou dimensionados de forma a serem totalmente extintos. O Plano de Negócios contribui para organizar aspectos conceituais, estratégicos, econômicos, comerciais e operacionais, dentre outros, contribuindo para que os investidores e/ou empreendedores utilize-o como um instrumento de direção para suas iniciativas, dando-lhes elementos para alocar esforços, ou não, em projetos e oportunidades que o ambiente socioeconômico oferece.

Ao mesmo tempo em que todo o material é importante, é na parte das projeções financeiras que todos os pressupostos e os dados quantitativos apresentados em outras partes são avaliados sob a ótica financeira.

Assim, as projeções financeiras são elaboradas com todas as estimativas de vendas da empresa, todos os custos de produção, distribuição, logística e despesas comerciais e administrativas em um resumo de tipo financeiro, compreendendo um prazo entre três a cinco anos, para que estas sirvam como orientação para a equipe de gestão sobre os objetivos da organização nesse período e também para comunicá-las a instituições financeiras ou possíveis investidores.

O plano financeiro deve ser elaborado em padrões mínimos conhecidos, podendo ser mais simplificado ou detalhado de acordo com seu segmento de mercado e a qualidade das informações obtidas em toda sua pesquisa.

Para a aprovação de projetos através de critérios financeiros, tem-se o payback (determinação do tempo necessário para que o dispêndio de capital seja recuperado), o valor presente líquido (obtido pela diferença entre o valor presente dos benefícios líquidos de caixa, previstos para cada período de horizonte de duração do projeto, e o valor presente do investimento) e a taxa interna de retorno para fins deste estudo (taxa de desconto que iguala, em determinado momento, as entradas com as saídas previstas de caixa).

Observa-se, portanto, que é possível construir uma relação entre gestão de custos e o plano de negócios, visando o desenvolvimento de projetos capazes de gerar informações com qualidade para suporte à tomada de decisão em tempos de crise.

Em relação à Gestão de Custos aplicada ao Plano de Negócios, nota-se que o levantamento dos custos fixos e variáveis é fundamental para a elaboração dos demonstrativos econômico-financeiros e, consequentemente, para a análise de viabilidade, transformando as informações de custos em informações relevantes para o empreendedor. Em tempos de crise econômica e financeira, com recursos escassos, as iniciativas que contribuam para minimizar os riscos de um empreendimento devem ser observadas. Assim, entende-se como relevante uma aplicação dos conceitos de custos em um plano de negócios e a própria elaboração deste plano, permitindo uma análise por parte do empreendedor e dos investidores sobre a viabilidade do negócio.

Prof. Me Silvio José Moura e Silva

Prof. Rafael Kominich de Mattos

Prof. Dr. Olívio Novaski

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